
Começaram as especulações sobre 2010: quem sai, quem fica, quem vem, etc.
Nesta esteira, gostaria de comentar alguns tópicos que, ao meu ver, estão sendo apresentados/interpretados de forma incorreta pela opinião pública.
1ª questão - Paulo Autuori
Não sei se Sir P. A. vai ficar ou não. Também não sei se sua eventual saída será boa ou ruim para o Grêmio.
A questão que me deixa indignado é que a avaliação do técnico se resume a uma pergunta: P. A. tem a cara do Grêmio ou não?
Ora, é sabido que o Grêmio possui um estilo de futebol aguerrido, de muita força e raça. Todavia, todas as nossas grandes conquistas contaram com um ingrediente básico além dos acima referidos: a qualidade!
E aqui que entra a questão do técnico. Sir P. A não é, nunca foi e jamais será um técnico do tipo que "tira leite de pedra", ao estilo Mano Menezes (vitorioso, com equipes de qualidade) ou C. Roth (sem comentários). Não é a sua praia.
Ah, então ele não presta? Negativo! O cara é bom técnico, mas é do tipo que precisa de qualidade humana para trabalhar (tal qual Muricy, Luxemburgo e outros de similar competência).
É preciso esclarecer uma coisa: técnico que ganha título importante sem qualidade só tem um: Felipão, que se sagrou campeão da Copa do Brasil com o Criciúma em 1991 e com o tricolor em 1994 (não esqueçamos que nas outras conquistas big Phil tinha time!).
Assim, ao invés de ficar com essa balela de "tem a cara ou não tem a cara", seria mais producente pensar em compor um time da qualidade (repito: qualidade é diferente de jogador caro!), para que o "homi" possa mostrar seu trabalho.
Do contrário, caso entendam que ele "não tem a cara do clube", é só chamar o Roth de volta. Certamente garantiremos a vaga na Libertadores de 2011. Mas só a vaga, pois para pensar em título, só com mais qualidade!
2ª questão - Tcheco
O sr. Anderson Simas Luciano é um dos grandes cidadãos que compõem esta nação. Pessoa íntegra, correta, bom companheiro e excelente profissional. Já ajudou muito o Grêmio, nos anos de 2006 e 2007. Fez uma ótima Libertadores em 2007 (a exceção dos jogos finais). Possui lugar cativo no coração dos gremistas. Por uma destas infelicidades da vida (foi a pessoa certa no momento errado) não teve o prazer de levantar um caneco importante para o Grêmio.
Todavia, seu momento passou. O grande Tcheco não é mais nem sombra daquele jogador de outrora. Será sempre lembrado como nosso capitão, como um grande sujeito e terá as portas do Olímpico - ou da Arena - sempre abertas. Será reverenciado quando vier enfrentar o Grêmio como jogador ou técnico. Quiçá fixará residência em Porto Alegre e passará a trabalhar para o tricolor, como gerente de futebol, dirigente ou algum cargo compatível com seu gremismo.
É hora de abrir alas para novos talentos - pratas da casa ou não! -, que possam revigorar nosso setor de armação de jogadas.
Façam uma placa de bons serviços prestados, deixem claro que o Olímpico será sempre a sua segunda casa e deixem o Tceco seguir se destino (de repente do lado de Riquelme e Ronaldo na LA 2010).
3º questão - Maxi López
Maxi é bom jogador? Claro que é. Isto ninguém discute.
Portanto vamos parar de entrar no jogo da imprensa, que vende a idéia de que aqueles que defendem a saída do Maxi é porque o consideram ruim.
A pergunta ser feita é outra: Maxi joga tanto quanto ganha?
Aqui é que reside o cerne da questão! MAxi ganha como craque. Ou seja: como aquele jogador diferenciado, que decide o jogo com lampejos de genialidade. E isso, definitivamente, o argentino não faz. É bom jogador, não resta dúvida! Mas está longe de ser diferenciado!
Ao meu juízo, Maxi ganha mais que joga, de sorte que, na relação custo x benefício, sua permanência não se justifica, ainda mais em face da nossa combalida situação financeira e escassez de qualidade técnica.
4ª questão - M. Galvão
Galvão foi nosso zagueiro na decisão do brasileiro de 1996, subistuindo o capitão América. Tal qual o Tcheco, é um cidadão diferenciado, um ótima pessoa e excelente profissional. Mas, na qualidade de gerente de futebol, seu trabalho foi pífio. Mostrou-se omisso e pouco a vontade no exercício do cargo.
Sua saída é um acerto da atual direção.
Em suma, era isso!
Sigamos em frente, na espera de novas e boas notícias!
Dá-lhe, Grêmio!