terça-feira, 3 de novembro de 2009

É possível um 2010 diferente? Ou seremos novamente reféns da maldição da Velhinha de Taubaté?

O ano foi repleto de frustrações. Primeiro, a eliminação precoce do Gauchão; depois, a saída da Libertadores, o principal objetivo do clube no ano; a seguir, a campanha mediana do Brasileirão, com um retrospecto de supercampeão em casa e de rebaixado fora.

Problemas não faltaram: troca de comando técnico, com um ampla demora da formação da nova comissão; time carente de jogadores qualificados; notória ausência de preparo físico para encarar a reta final do campeonato brasileiro; contratações equivocadas (e caras!); discursos evasivos e descompromissados; falta de explicações para os ridículos resultados obtidos nos jogos realizados fora dos nossos domínios; e, por fim, 4 derrotas em 5 grenais disputados.

De fato, nada a comemorar. Foi um ano de ostracismo total. Ou em outras palavras: foi um ano em que o Grêmio teve uma campanha condizente com o tamanho do Coritiba, do Botafogo e dos Atléticos (MG e PR): grande no nome, mas pequeno na competência.

Mas afinal, de quem é a culpa?

Seria extremismo não admitir que todos tem sua parcela de culpa: a direção, com sua omissão e desconhecimento futebolístisco; o Sir P. A., que somente se preocupou em ensinar coisas ao Grêmio, sem ter consciência de que o estilo do Grêmio também pode lhe ensinar muito; os jogadores, por total ausência de brio nos jogos fora de casa; e, por fim, a torcida: o pessoal da geral, que se preocupou demasiadamente com seus rachas internos e vaidades indviduais; o pessoal da social, pela permanente e, muita vezes, desarrazoada corneta; e o pessoal das cadeiras, por achar que somente o anel inferior é que tem o dever de apoiar e cantar os noventa minutos.

Todavia, a assunção geral da culpa não pode tapar o sol com a peneira e impedir que se eleja o principal responsável pelos insucessos de 2009. E, ao meu ver, a responsável principal e direta pelo ano de ostracismo é a direção.

Sendo bastante franco, vejo a atual diretoria como um estrandarte de probidade. Sinceramente, acho que, em termos de honestidade e ética, esta direção está bem servida, diferentemente de várias administrações passadas. Até o presente momento, o Sr. Duda e sua turma não possuem qualquer suspeita acerca de sua conduta ilibada.

Todavia, com relação a principal atividade do clube - o futebol! -, vejo o atual corpo diretivo como um dos piores da nossa recente história.

Trata-se de uma direção que não possui uma política de futebol clara, oscilando em seus conceitos de acordo com o soprar do vento. Uma direção que pouco conhece do mercado futebolísitco e que despende vultuosas quantias em jogadores que não são decisivos. Uma direção que se omite em momentos que exigem uma postura mais contundente (vide caso dos portões fechados pela BM no jogo de volta com o Cruzeiro pela Libertadores; ou então, o caso da ausência de uma cobrança séria pelos péssimos resultados obtidos fora de casa no Brasileirão). Enfim, uma direção que se faz descompromissada e que encara sua gestão como um mero passatempo.

O Grêmio necessita, urgentemente, voltar a ter o seu tamanho real, conquistando títulos e dando alegrias a sua torcida. Por isso, em 2010, as contratações devem ser mais criteriosas. Em sendo assim, suplico: sem contratações por DVD! Informem-se, consultem aqueles que entendem e vivem o esporte bretão e sigam as orientações. Tragam atletas com qualidade, postura e espírito vencedor.

E, por obséquio: não venham alegar falta de recursos. Primeiro porque, quando assumiram a barca, sabiam da real situação vivenciada pelo clube; segundo, porque é possível contratar bem sem gastar muito (vide Victor e Réver).

A nós, meros mortais torcedores do imortal, resta orar e crer, ainda que irracionalmente., que 2010 será o ano da retomada das conquistas! Nossa paixão nos torna permanentemente crédulos, com a constante esperança de que o "sobrenatural de almeida" apareça, dentro e fora de campo.

Ao fim e ao cabo, somos a representação máxima daquela personagem criada pelo Luís Fernando Veríssimo: a sempre otimista Velhinha de Taubaté.

Avante, tricolor!

3 comentários:

amarante disse...

Disse tudo!!!

Kbecinha disse...

Fê, parabéns por tentar dar uma injeção de ânimo no blog. Estou futebolisticamente deprimido. Não há Prozac, Lexotan ou Viagra que levantem o humor frente o broxante discurso de Duda K. e sua turma. Quando os escuto no rádio, durmo de calça de brim.

Com P.A. ou sem ele, quem tem que dar pitaco nas contratações é o treinador. Quem trouxe o Victor e o Réver foi o "faceiro" do Mancini. Já o Roth trouxe o Amaral.

A boataria já desanima. Washington? Com Tcheco, o coxa-colada do Xochemback e o cadeirudo Léo, temos grandes chances de emplacar o "Coroa Bom de Bola" em Tramanda.

Pelo menos, p/ te ver no que nos tornamos (eles), ninguém deve disputar a LA no RS.

Jésura disse...

Realmente, 2009 foi desolador para qualquer remanescente da família Taubaté... Pra 2010, devemos nos aliar à RBS e lançar a campanha Washington, nem pensar! Saudações tricolores.