domingo, 27 de julho de 2008

Há 25 anos atrás...

Porto Alegre, 28 de julho de 1983, uma noite inesquecível para todos os gremistas.

Era da saudosa Libertadores não televisionada, dos pontas, dos beques, do sangue no futebol, do unfair play, dos carrinhos por trás, do campo embarrado, da cerveja e do foguete dentro do estádio.

O Grêmio disputava a final da Libertadores contra o então Campeão da América e do Mundo, o copeiro Peñarol. Primeira partida, empate heróico em 1 x 1 no estádio Centenário.

O time do Grêmio entrou em campo com: Mazaropi; Paulo Roberto, Hugo De León, Baidek e Casemiro Mior; China, Osvaldo e Tita; Renato, Caio e Tarcísio. Técnico: Valdir Espinosa.




O Grêmio iniciou o jogo pressionando o Peñarol e conseguiu o gol logo aos 11 minutos de jogo. Cruzamento de Casemiro da esquerda e Caio de carrinho, claro, empurrou para as redes.


O Peñarol empatou com Morena aos 25 minutos do segundo tempo. A decisão se encaminhava para o terceiro jogo em Buenos Aires, território uruguaio, quando ocorreu o imponderável. 31 minutos, lateral despretensioso na ponta direita, Renato Portaluppi chama a responsabilidade, recebe a bola, faz uma embaixadinha junto à bandeira de córner e dá um balão para a área. Pôs a bola lá no fedor. Naqueles milésimos de segundo intermináveis, os olhos de todos os gremistas viajaram com a bola. Ninguém acreditaria naquela jogada. Eis que surge César, centroavante que havia entrado a recém, e se lança em direção à bola que estufou as redes uruguaias. O Olímpico veio abaixo.



Na comemoração, nada de dedos evangélicos para o céu, vejam a garra nos olhos do nosso centroavante.



O meio-campo Tita leva as mãos à cabeça e não acredita, pois havia sonhado que César seria o autor do gol do título.

O Grêmio colocou os onze jogadores na defesa e segurou o placar. Antes do final da partida, houve tempo para mais um lance espetacular de Renato. Ao ser expulso, desferiu um soco na cara de um jogador do Peñarol e saiu de campo sinalizando o placar de 2 x 1.

Na entrega da taça a cena que entrou para a história, o capitão Hugo De León, o Che Guevara azul, sangrando ergue o troféu. Nada de autoridades, palanques, confete e serpentina, patrocinadores ou medalhas. Naquela época, quem ganhava ia lá e simplesmente pegava a taça.




Até o flamenguista Tita incorporou a alma gremista e saiu sangrando de campo.



Mazaropi, o herói do jogo contra o América de Cali.



Renato, teu craque imortal.




Um título inesquecível, que ficará guardado na mente de todos os gremistas. Parabéns aos eternos campeões de uma Libertadores da América que não existe mais.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Muita calma e muito trabalho nessa hora!


Muito boa a jornada do tricolor em Floripa, nossa colônia e lugar que arrendamos aos catarina. Mesmo assim acho que devemos manter a cautela. Esse negócio de liderança não quer dizer muita coisa nessa altura do campeonato. O caminho é longo e nosso grupo não é lá essas coisas, tanto em qualidade como em quantidade. O que temos é camisa. É indispensável que a direção contrate imediatamente, pois Eduardo Costa e Rodrigo Mendes foram embora e o Léo está de partida. Em agosto teremos duas competições e vamos precisar de jogadores que pelo menos mantenham a campanha. É muito bom ganhar, principalmente jogando bem, mas fazer histeria por causa de goleadas circunstanciais é coisa de quem não está acostumado às glórias e façanhas, vide o último campeonato gaúcho. Evidente que a vitória foi histórica pois nenhum time visitante ganhou com uma diferença tão grande em campeonatos brasileiros. Mas tratando-se de Grêmio não há muita surpresa pois é do nosso feitio fazer história também fora de nossos domínios. Vale lembrar que conquistamos muitos títulos como visitante e, até mesmo, vencemos uma final com seis jogadores e um goleiro na casa do adversário. Penso que a goleada sobre o figueirense tem que ser tratada como uma nota de rodapé de mais um capítulo importante da história do Grêmio. E esse capítulo tem que ser concluído com a conquista do campeonato. Tem muita coisa pra acontecer e temos uma outra competição importante pra participar. Por isso, muita concentração, pés no chão e contratações. Enquanto isso a torcida vai fazendo sua parte. Vamo Grêmio!!!!!!!!!

domingo, 20 de julho de 2008

É hora da ousadia!


O resultado de ontem não expressa a grande superioridade que Gremio impôs ao Cruzeiro.. Precisávamos da vitória e ela veio de forma convincente. O 1 a 0 foi injusto pela produção do tricolor. O grande destaque foi o coletivo, que permitiu que jogadores médios como Paulo Sérgio, William Magrão e André Luís tivessem grandes participações. A torcida estava desconfiada com os jogos precários que se sucederam desde o Grenal. O jogo de ontem reacendeu a confiança entre torcedores e jogadores. Os acréscimos de Souza e Ortemam podem consolidar o time como real postulante ao título. Entretanto, se quisermos de fato buscar o brasileiro temos que encontrar alternativas para o ataque. Não é possível perdermos tantas oportunidades como no jogo contra o Cruzeiro. Falta efetividade ao ataque gremista ou, em outras palavras, nossos atacantes carecem de qualidade. Não podemos parar de trabalhar em busca de reforços. O Grêmio é grande e é o momento da direção demonstrar essa grandeza trazendo um atacante diferenciado.
Se isso acontecer, poderemos pensar no título.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Campanha.

É indubitável que a campanha do time é muito melhor do que as atuações apresentadas até então. O jogo de domingo, contra a Lusa, valeu apenas pelos três pontos, eis que, no primeiro tempo, fomos totalmente envolvidos pela equipe paulista, que perdeu, no mínimo, três chances claras de gol. A fragilidade da marcação no meio-campo expôs demasiadamente a defesa, que, por sua vez, se mostrou insegura e totalmente desorganizada. A ressaltar, novamente, a atuação do goleiro Vitor, que vem se transformando em uma das maiores contratações dos últimos tempos, sob a ótica da relação custo-benefício.
Os próximos dois jogos (Sport e Cruzeiro) serão testes fortes para analisarmos as reais condições da nossa equipe. Se seguirmos apresentando o futebol das últimas partidas, corremos o risco de sofrermos dois fiascos.
Enfrentar o Sport na Ilha do Retiro sempre foi uma árdua tarefa. Neste ano, em face do retrospecto do Leão nos jogos em casa, em especial na Copa do Brasil, a missão tormou-se ainda mais difícil.
A denominada BombonIlha (que convenhamos, não chega aos pés do verdadeiro caldeirão deste país) vem se tornando o calvário de vários times que lá chegam na condição de favorito.
Por isso, é imprescindível que o Grêmio se reorganize e apresente um futebol mais qualificado, para que possamos almejar um resultado positivo.
É noite de conferir como Tcheco e Rodrigo Mendes se comportarão jogando nas suas verdadeiras posições. É noite também de reencontrarmos o bravo Sandro Goiano, cujo futebol sério e aguerrido será sempre saudado pela nação tricolor.
Oxalá tenhamos sorte e competência, para voltarmos para Porto Alegre com ao menos um ponto na bagagem. Depois, é só se concentrar para o jogo de sábado, oportunidade imperdível de assumirmos a segunda colocação na tabela, dando um passo importante à conquista de uma vaga na Libertadores.

sábado, 12 de julho de 2008

Após a tempestade vem a bonança?

Os últimos jogos trouxeram grande preocupação à nação tricolor. Após o nó tatico que levamos no GRE-nal e a atuação apática diante do rídiculo time do Botafogo, fomos obrigados a assitir a uma equipe completamente desorganizada diante do deseperado time do Santos. Mas, a par da desorganização tática, o que mais me chamou a atenção foi a péssima qualidade técnica do futebol apresentado. A bola parecia queimar nos pés dos nossos jogadores, que mal conseguiam trocar passes de dois metros.
Longe de mim exigir um futebol de pedaladas, firulas, toques de letras e outras "frescuras" que os "cariocas" tanto adoram. Mas futebol não é feito apenas de vontade, pois se assim fosse o Nunes seria um dos maiores jogadores de todos os tempos, com diria o velho Jabba. A técnica sozinha não faz um grande time, mas ela é imprescindível para o surgimento de uma equipe vencedora.
Diante deste quadro, a chegada de Souza e Orteman (ou Ortemann) e a reestréia de Tcheco trazem esperança ao nosso povo.
Sinceramente não lembro de grande partidas do Souza, mas, por esperança e fanatismo, filio-me à corrente que afirma ser ele um reforço de peso. Ademais, pior que aqueles que estão jogando ele não é.
Quanto ao Orteman, recordo-me que era uma grande jogador. Não sei como está hoje, com 30 anos de idade. Se não tiver descuidado da parte física, acrescerá muito na meia-cancha do Grêmio.
O Tcheco, por sua vez, não é o jogador dos meus sonhos. Acho que ele se esconde quando a coisa aperta. No entanto, não posso negar que é um atleta de grande técnica e que exerce um liderança positiva no grupo, de sorte que seu retorno possui mais contornos positivos que negativos.
Resta-nos manter a esperança de que o time se reencontre, para que possamos sonhar com uma vaga na Libertadores. Quem sabe, após a tempestade venha a tão sonhada bonança.
Enfim, que novos e bons ventos soprem para os lados do Olímpico e que a retomada das vitórias se inicie neste domingo, contra a Portuguesa do saudoso e injustiçado Gavilán e do velho e nada bom Patrício.

VAmos Grêmio, vamos!!!!

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Bons tempos!!



Faz 25 anos do jogo Histórico Grêmio e Estudiantes, em La Plata. Guerra, violência e futebol marcaram uma das partidas mais emocionantes da história. Abaixo depoimento de Valdir Espinosa sobre a partida (fonte www.clicrbs.com.br).


"Na Libertadores de 83, um dos jogos mais difíceis foi em La Plata, jogando contra o Estudiantes. Muito mais do que as dificuldades de campo, o clima de guerra que envolveu aquela partida, nos fazia temer por nossas vidas, receando não sairmos sãos e salvos de lá!
O jogo, só para lembrar, estava 3x0 para nós e o Estudiantes com apenas 7 jogadores, conseguiu empatar. Mas isto é assunto para outro dia, pois o que quero é relatar os acontecimentos do intervalo do jogo.
Terminado o primeiro tempo, as 2 equipes foram para os vestiários. Este caminho era tão estreito que obrigava-nos a andar em fila indiana. Do campo até o vestiário, muitos gritos e xingamentos. Entramos, fechamos a porta e o nosso segurança encostado nela ,disse:
-"Fiquem tranquilos, que aqui ninguém entra"
Enquanto os jogadores tomavam água, lavavam-se e trocavam o material molhado, a porta parecia que viria abaixo com pancadas de socos e pontapés. E o nosso segurança, encostado na porta já com os braços abertos, continuava afirmando:
-"Tranqüilos! Aqui ninguém entra"!
Jogadores sentados para ouvirem as instruções do intervalo. Começo, então, a falar e quando vou corrigir o ataque, pergunto:
-"Cadê o Caio"?
Todo mundo se olha ,observa o vestiário e...nada do Caio! Então, imediatamente olhamos para o segurança e eu grito:
-"Abre esta porta"!!!
Nosso Super-Homem abre e quem entra? O Caio! Chorando, com o tornozelo inchado e cheio de hematomas pelo corpo. Ele havia ficado para trás, e durante todo aquele tempo em que batia na porta, estava apanhando dos argentinos! Seu tornozelo estava tão inchado, que tive que substituí-lo no intervalo.
Como voces podem ver, nosso segurança realmente não deixou ninguém entrar, nem mesmo o Caio!"

Bons tempos! Nessa época para ser campeão da libertadores não bastava ser o melhor, era necessário ser o mais forte.

sábado, 5 de julho de 2008

Vai te embora mercenário !!!!!




Estava estranho, o Roger fazendo juras de amor ao Grêmio, que o time havia recuperado a sua forma física e sua vontade de jogar... De uma hora para outra a fogueira da paixão se apagou e o amor pelas verdinhas falou mais alto. Sinceramente, o cara jogou bem, mas nunca engoli a idéia de vê-lo vestindo a camisa do Grêmio. Ele é muito sorridente, dava entrevista antes dos jogos desejando um bom espetáculo ao telespectador, posava com a namorada na ilha de Caras, abraçava os adversários. Enfim, vai te Catar.

Depois de casos como de Luizão e dos filhos da véia Miguelina, caímos de novo nesse conto de amor eterno ao clube. A diretoria fica se lamentando e lemos que um aspone vêm a público dizer que não tiveram cautela na hora de fimar o contrato e lamenta que vamos receber meia dúzia de mil-réis pela saída do jogador. Bando de incompetentes. Estão há 100 anos administrando o clube e não aprenderam a redigir um contrato? Ou será que estão levando por fora? Pelo menos proibiram o uso da sala de imprensa na coletiva de despedida. Por mim, não dava entrevista nem no estacionamento do estádio, mas no Preliminar e mandava a Geral bater o brim dele e currá-lo à Secco.

Basta !!!!!! Vamos montar um time calcado na filosofia do clube. Não basta jogar bola, também tem que correr, comer grama e morrer pelo clube. Pênalti se bate com uma bomba no meio do gol, sem essa viadagem de paradinha. Título se comemora com sangue na testa, não confete e serpentina. Gol se comemora batendo no peito e gritando "Eu sou foda...", não erguendo os dedos para o céu. Chega de fazer do clube uma vitrine para empresários e jogadores descompromissados. Vamos montar categorias de base descentes e buscar valores lá na campanha. Jogador acostumado a jogar de pé descalço com unha encravada, desviando da bosta seca e devolvendo os coices nos cavalos.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Escatologia futebolística


“Escatologia é uma parte da teologia e da filosofia que trata dos últimos eventos na história do mundo ou do destino final do gênero humano, comumente denominado como fim do mundo” (wikipedia).
Convenço-me, cada vez mais, de que estamos próximo do fim. É o fim dos tempos no futebol. Um dos principais responsáveis por essa iminência apocalíptica é o Superior Tribunal de Justiça Desportiva.
O fato de Roger ser denunciado pelo STJD por tentar esconder rádio no Gre-Nal é mais uma prova da tentativa recorrente de descaracterização do verdadeiro futebol. Esse tal de Paulo Schmidt é o príncipe das trevas travestido de procurador do STJD. Suas ações, somadas às regulamentações da FIFA, são artimanhas malignas que visam destruir a alegria humana advinda do futebol. As crescentes restrições, seja dentro ou fora de campo, afeta a essência do mundo da bola. Querem criar um outro esporte: sem catimba, ser cusparada, sem cotovelada, sem carrinho, sem palavrão e, nas arquibancadas, sem cerveja de verdade.
Se as coisa continuarem desse jeito, não haverá salvação!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Entrevista concedida por Baltazar Maria de Morais Júnior (o Artilheiro de Deus) para o BLOGREMISTAS


Gremistada: Publico a seguir a entrevista obtida por ocasião da minha ida a Goiânia...


Idade: 48 anos, até 17de julho

Filhos (S/N) ? Quantos ?
R: 2 filhos. Mateus, 14 anos e Michelle, 12 anos.

Qual a sua atividade atual ?
R: Atualmente sou empresário de jogadores, sou um agente CBF/FIFA

Qual o 2º gol mais bonito da sua carreira e o 2º gol mais importante da sua carreira ? (Obs: Perguntamos o 2º pois o primeiro em todos estes quesitos nós GREMISTAS já sabemos !!!)
R: Curiosamente creio que o 2º gol mais bonito meu foi justamente contra o Grêmio, em 83
jogando a Libertadores pelo Flamengo no Estádio Olímpico.
Talvez o 2º gol mais importante foi pela Seleção Brasileira contra a Espanha em 81, foi 1x0 , fiz o gol de cabeça num escanteio batido pelo Eder.

Qual a sua maior decepção ou qual o seu maior arrependimento no futebol ?
R: Não tive uma grande decepção, mas gostaria de ter ido a uma Copa do Mundo. Não tive um grande arrependimento no futebol, pois em minha vida sempre orei e pedi a direção a Deus em tudo o que fosse fazer, e assim creio que tudo que Deus me deu e permitiu fazer foi o melhor pra mim.

Qual o conselho que você daria para o teu sucessor, o artilheiro Jardel, para que ele volte a trilhar sua carreira de sucesso no Grêmio ?
R: Conselho para um atacante como Jardel, é que ele se cuide devidamente fora do campo, como um atleta profissional, e dentro faça o melhor, treinando, se aperfeiçoando, corrigindo os erros, e principalmente afinando muito bem a pontaria para o gol em todas as situações possíveis, ´pé, cabeça, como for para fazer os gols.

Qual o segredo do time de 1981 para bater o SPFC (que era a base da seleção brasileira) em pleno Morumbi, naquela histórica final, visto que na fase classificatória levamos 3 a 0 em SP ?
R: O segredo do time de 81 pra conseguir a vitória sobre o São Paulo, que era a base da Seleção Brasileira, foi um grupo muito unido, de muita qualidade técnica e de força, tendo uma mescla bem dosada de jogadores experientes e também de jovens. E muito bem orientada pelo Enio Andrade, um técnico muito experiente em decisões de campeonatos brasileiros. Tínhamos também uma diretoria que dava todo o apoio.

Qual a receita para o Grêmio voltar a conquistar os títulos de sua grandeza ?
R: O Grêmio para voltar às grandes conquistas deve se estruturar bem, tendo condições de pagar seus atletas em dia, ter sempre uma boa base de jovens talentos e saber escolher bem as contratações de atletas mais experientes para dar mais consistência à equipe.

Qual o recado que tu mandas para a torcida do Grêmio ?
R: Meu recado para a torcida do Grêmio, é de que eu continuo admirando toda esta torcida, sou eternamente grato pelo carinho que demonstram por mim até hoje. E meu desejo mais profundo do coração é de que cada um de vocês possa ter a alegria maior de conhecer a Jesus Cristo, aquele que veio para te dar vida, e vida em abundância. Só Ele nos faz verdadeiramente felizes. Que Deus os abençoe.