segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Tempo, tempo, tempo...


Um Dos maiores problemas do Grêmio nos últimos anos vem de uma expressão muito propalada pelo antigo e nada saudoso homem forte do futebol: planejamento. O futebol no Grêmio vai sendo gerido aos trancos e barrancos, sem nenhum tipo de raciocínio de longo prazo.

Isso se reflete na política de contratações e na promoção de novos jogadores, oriundos da base. Sobre as contratações, nosso maior problema nos últimos tempos são as escolhas e a quantidade de novos jogadores que chegam. Não se pode mais dizer que não chega ninguém ao Olímpico ou que os jogadores contratados são apenas nomes totalmente desconhecidos. Se paga, na maior parte das vezes a peso de ouro, por certos nomes, que raramento correspondem.

O problema é que os jogadores mais conhecidos, para desembarcarem no Olímpico, obedecem ao seguinte critério: medalhões em decadência, por vezes toxicômanos que vem fazer tratamento aqui, mas nuca para jogar futebol. Contratamos somente jogadores fora de forma ou com problemas de grupo em seus times mais recentes.

Há também as contratações apostas: jogadores que desembarcam, treinam e, muitas vezes, vão embora sem entrar em campo em um jogo oficial. Bruno Cesar, que vem apresentando bom futebol pelo Corinthians, passou por aqui sem nunca entrar em campo! Diogo, que todos nós queríamos ver pelas costas, hoje é titular do Fluminense em uma função na qual a nossa carência é imensa: a primeira volância.

Vejamos agora o caso dos jovens jogadores: eles calçam a chuteira e vestem a camisa tricolor pela primeira vez e nós, frente às pressões que temos de nosso passado glorioso, esperamos nada menos que um gênio entrando em campo. Criamos imensas expectativas com relação ao Douglas Costa. Depois de jogar algumas poucas partidas, foi vendido por uma merreca. 2010 poderia ser o grande ano do jogador, que deveria estar fazendo a função do Douglas Bosta, que hoje enverga a 10 tricolor. O que vemos é o jogador ganhar a seqüência de jogos e o entrosamento necessário no outro lado do mundo, chegando à seleção, enquanto reclamamos que nos falta um articulador com maior movimentação. Antes que alguém diga que ele era manhoso, respondo: o diretor de futebol era o Onofre. Tu o respeitaria?

Seja craque, seja pé de mesa, é preciso tempo e seqüência para revelar jogadores de nível ao menos razoável. É preciso grupo, futebol com força coletiva, coisa que não temos há muito tempo. Em um grupo bem azeitado, jogadores fracos “acertam”. Vejamos o caso do Flu: Diogo e Diguinho continuam limitadíssimos, mas com um futebol jogado como esporte coletivo, eles funcionam. Tempo que, na medida que o campeonato anda, se torna o nosso maior pesadelo.

6 comentários:

amarante disse...

Excelente análise!
Não temos politicas institucionais. A cada direção se destrói tudo o que a anterior fez. As ações são sempre circunstanciais. Nesse contexto, planejamento é só uma expressão retórica. As contratações são feitas, em geral, na urgencia. Dessa forma, a chance de errar é sempre maior.

Luiz Fernando disse...

Fecho contigo Éder!

Não temos nada a longo ou médio prazo (ao menos algo que o associado saiba...de repente tem algo guardado a sete chaves pelos reis absolutistas de plantão).

Hj fiquei sabendo q "eles" tem um setor especializado em ouvir os sócios. E o q é pior: não é uma simples ouvidoria, cercada e procedimentos burocráticos e que se revela apenas como uma fonte para desabafo do torcedor! Tem um cara designado para cada faixa etária. Até 18 anos é um sujeito das lojas Gang, acostumado com a linguagem jovem. Aos mais velhos, tem um sujeito vinculado a história do clube, etc. Eles questionam o que os sócios esperam em termos de política, de eleição do clube, futebol, uniforme,etc. Ou seja: há planejamento.

É óbvio que, em face da atual situação na tabela, faz-se necessário medidas pontuais. Mas já passa do hora de traçarmos algo mais concreto, para médio e longo prazo.

PS: notícias boas:
a) Paixão afirmou que vai ajudar Renato no vestiário (ao menos houve uma manifestação!);

b)a mania megalomaníaca, que nos invadiu no início do milênio, parece estar chegando a turma da beira do lago. "Eles" andam dizendo que o grande salto de qualidade da gestão será dado em 2012, pois o inter ainda tem muito a crescer e que isso é só o início. Pode até ser (e, se for, estamos ralados!)! Mas nós sabemos bem onde leva essa história de graaaaandesss saltos de gestão.

Éder Silveira disse...

Pois é Luiz Fernando, mas o que o Paixão estava fazendo até agora? É claro que nós estamos ansiosos, que a situação não é boa, mas pqp, agora que estamos com a água no pescoço o Paixão afirma que vai descer do pedestal e ajudar o Renato? Espero que antes disso ele estivesse distante por conta do tipo de relação com ele estabelecida pelo Silas e pelo Onofre...
E não adianta ajudar só o Renato, é preciso ajudar o Anderson, porque concordo com o Amarante em um ponto que ele sempre repete: o time não tem uma preparação física adeaquada.

Luiz Fernando disse...

concordo. Mas pelo menos ele desceu do pedestal. Que faça o q sabe: deixar os caras condicionados e incendiar o vestiário.

abraço

Éder Silveira disse...

Estou incomodado com a falta de reação por parte da nossa direção. Está faltando uma manidfestação mais forte e ação! Se não vencermos o Santos, chegaremos a 15 pontos em 15 rodadas, mesmo número de pontos alcançados no trágico ano de 2004, como lembrado pelo colorado Hiltor Mombach, do Correio do Povo.

Kbecinha disse...

Ontem negociaram o Hugo, entendo, já que não estava jogando nada e custando caro. O problema é que no final vai faltar jogador e vamos ficar na mão dos Roberson e André Lima da vida.

Além disso, demonstraram interesse também no lateral-direito do Paraná. O esquema de pacotão está provado que não dá certo. Dificilmente os 2 laterais do 12 lugar da série B darão resultado. A conhecida falta de critério e pegar a sobra do mercado.