sábado, 21 de junho de 2008

Tchê, te falo de barbaridade!

A peleia do gaúcho com o poder central é marco histórico deste estado. A Revolução Farroupilha, a revolução de 23 e os cavalos amarrados no obelisco são provas elucidativas disto. E essa rusga não é sem sentido. Tivemos que, praticamente sozinhos, defender este território contra os castelhanos. De igual forma, durante largo período, fomos o celeiro econômico deste país. No entanto, nunca recebemos o tratamento condigno por parte dos nossos compatriotas, que convivem com as maravilhosas praias e o clima ameno da parte tropical do Brasil.

Embora sejamos um mesmo país, as diferenças são brutais. O inverno daqui é sinônimo de frio. Já o inverno lá de cima significa chuvas ioladas no decorrer do período. As praias de lá tem coqueiros e águas límpidas. As daqui tem o nordestão e aquela água suja, sem falar no repuxo, este ente mais traiçoeiro que cavalo caborteiro. Lá se come pão francês e mexerica. Aqui, se fala em cacetinho e bergamota. No domingo, os brasileiros de fala mansa e sotaque arrastado comem feijoada. Já a gente grossa do meu rincão aprecia um churrasco de costela gorda e um mate bem cevado.

No futebol as coisas não são muito diferentes. Lá para cima, se gosta do jogo aberto, da firula, do toque de bola e das pedaladas do Robinho. Já por este pagos, os torcedores, principalmente os tricolores, apreciam a marcação, o carrinho no barro, a dedicação e a fé de que nenhuma bola é perdida.

O ídolo do Amarante, professor Aristóteles, já dizia que igualdade é tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades.

Ao que parece, esta tal CBF, que se julga a entidade máxima do futebol brasileiro, mas que não passa de um clã que historicamente se utiliza de meios escusos para satisfazer interesses pessoais, ainda não entendeu as diferenças regionais do Brasil, tampouco a sábia lição do filósofo grego.

E desta forma, o poder central, representado por esta risível entidade, segue, sob o falacioso argumento da paridade, desrespeitando o povo gaúcho, através da marcação de jogos para as 18h, em pleno inverno pampeano, que, além de frio, apresenta-se, muitas vezes, demasiadamente úmido. Quem dera colocar o Sr. Ricardo Teixeira na arquibancada, com uma leve garoa no lombo e uma temperatura de bater queixo. Se bem que este senhor nem deve saber o que é uma arquibancada.

Como diriam lá me Livramento: "Tchê, te falo de barbaridade!"

Mas tudo bem. Amanhã, com ou sem frio, chovendo ou não, mostraremos o brio deste povo cá do sul. A nação tricolor novamente lotará o Monumental e levará o Grêmio a mais uma vitória, desta vez contra aquele clube paranaense, que se julga muito maior do que realmente é.

A nossa paixão pelo imortal supera todos os limites, e não há frio ou tempo ruim que afete a fidelidade do nosso povo.

Vamo, vamo, tricolor!!!!

5 comentários:

Anônimo disse...

Brilhante mais uma vez doutor!
Há sitemáticos prejuízos causados pelo poder central a este povo aguerrido e bravo. E isso não é só no futebol. Entretanto, isso tudo delineia ainda mais nossa identidade. Toda adversidade serviu pra motivar nossa gente a fazer ainda melhor o nosso chão. Por este e outros motivos, acredito que o Gremio é o autêntico representante do povo gaucho no futebol. Sempre transformando em façanhas as dificuldades.

Anônimo disse...

Tche, pela dignidade tricolor e gaúcha, não podemos passar em branco a estada em POA desse timezinho desprezível que é o atletico paranaense. Temos que passar por cima deles. Além de ganhar o jogo temos que arrumar um jeito de intimidar esses cagalhões. Sou favorável a grande hostilidade a esse clube que nos recebeu desrespeitosamente no ano passado. Gaucho tricolor não deixa passar desaforo. Tínhamos que dar umas beabas no Petraglia e seus capangas que, no ano passado,agrediram o Pelaipe no aeroporto de curitiba. Acho que as vezes nosso dirigente até merecia uns sopapos, mas isso só poderia ser feito por nós tricolores. Vamos dar de relho nessa cachorrada. Que levem na bagagem a marca de nosso trançado.

Anônimo disse...

E sem poder tomar Steinhaeger, Natu Nobilis ou conhaque Dreher.

Valtinho Gremista disse...

Grande postagem LF...
É por essas e por outras que nunca torço para o selecionado da CBF.
Minha seleção de futebo é o Grêmio FBPA.
O frio servirá para empurrarmos mais ainda o tricolor para cima do time dos dos "Irmãos Petraglias -171".
WDS
Valter Gremista

Anônimo disse...

Grande texto LF.
Domngo que vem infelizmente não poderei apoiar o tricolor contra os amargos. Mas tenho certeza que sairemos vencedor. Será a redenção do nosso delantero, Edixon Perea. Tá escrito.
Grande abraço ao pessoal do blog.

Gabriel Boschi