quarta-feira, 10 de junho de 2009

Base gremista.



O caso Souza suscita várias preocupações entre nós tricolores. Sua perda acarretaria conseqüências profundas na criatividade do time. A permanência deste jogador é problema imediato e, segundo nosso presidente, O Grêmio já admite cometer uma “pequena loucura” para mantê-lo no olímpico. Aliás, para um clube cujas finanças estão há tempos esgualepadas, qualquer ação um pouco mais ousada é considerada loucura.

Essa pendenga nos faz pensar em alternativas vindas da base... Fico mais preocupado. Paulo Autuori foi contratado para fazer uma gestão verticalizada no futebol do Grêmio, ou seja, comandar o time principal e as categorias de base de modo interligado. Imagino que ainda não tenha tido tempo pra pensar na base gremista em virtude do extenso trabalho que tem por fazer no time principal. Acredito que quando fizer isso se dará conta do imenso desafio que tem pela frente.

A saída de Rodrigo Caetano parece ter desorganizado aquilo que parecia estar sendo recuperado para este setor. Alem disso, Julio Camargo também deixou o olímpico sem ninguém entender bem o porquê. Concomitante, nosso desempenho que foi muito bom nos últimos anos (Campeão brasileiro sub-20 e campeão da taça BH, uma das mais importantes do país, além das revelações de Lucas, Carlos Eduardo, Rafael carioca, William Magrão, Léo, Felipe Mattione, Douglas Costa) está sendo desastroso neste ano. Conseguimos ser eliminados do gauchão pelo Cerâmica de Gravataí. Nossa categoria infantil não conseguiu chegar à final do torneio de Roca Sales. Na Holanda foi enviado o time de juniores para disputar um torneio com oito equipes e o Grêmio ficou em sétimo lugar.

Em tempos de lei Pelé e do neoliberalismo futebolístico, é fundamental um clube da América do Sul ter uma base forte e bem estruturada para equacionar finanças e disputar títulos na categoria principal.

Torço para que Paulo Autuori realize bom trabalho no futebol do grêmio, na base e no profissional, mas desconfio que o clube deveria ter alguém talentoso e com foco exclusivo na formação de jogadores e em tudo o que isso envolve. Espero que a direção saiba que a nomeação de P. A. por si só não fará qualificada as nossas categorias de base.

Se os comandantes do clube descuidarem do futebol que vai da escolinha até os juniores, estaremos sempre ameaçados de cometer “pequenas ou grandes loucuras” para ter jogadores de qualidade no time principal.

3 comentários:

Kbecinha disse...

Tà foda de aguentar esse bando de incompetetes n direcao do tricolor. È impressionate, no Gremio, ultimamente, se dà 1 passo a frente e 10 para tràs. Nao fizeram o minimo esforco para manter as pessoas que levantaram as categorias de base. Depois ficam na mao dos empresàrios e nao sabem porque.

Luiz Fernando disse...

Grande, professor!

Tocaste no cerne da questão!
Nos comentários do post abaixo se falou (corretamente, diga-se de passagem!)sobre a razoabilidade de se pagar 4 milhões pelo Souza, haja vista sua idade avançada. Eu tb concordo que é um valor alto para um jogador de 30 anos. Mas aí entra aquele princípio que rege as instituições desorganizadas (como está o Grêmio atualmente!): o princípio do "é o que temos para o momento". Com o Souza a LA já é difícil; sem ele, impossível. Mas enquanto essa direção perder valores como R. CAetano e J. Camargo e não investir nas categorias de base, teremos que viver de loucuras, como a compra de jogadores "velhos" por valores exorbitantes.
É só olhar a história: nossos maiores títulos coincidem com as épocas em valorizamos as categorias de base. Aos que detestam história, dispensa-se qualquer pesquisa: basta dar uma olhadinha p o lado, onde as categorias de base estão sustentando as finanças e, infelizmente, algumas conquistas.
E concordo com o Kbecinha: tá duro de aguentar a omissão e incompetência.
abraço

Anônimo disse...

com a chegada de Paulo Autuori no Gremio, e com a mudanca para o 4-4-2, quando comeca o trabalho de integrar as categorias de base com o profissional?